CRISE SILENCIOSA: os cortes na saúde pública dos EUA e o avanço inevitável da telemedicina
- ANGLO INTERNACIONAL LTDA
- há 2 dias
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Por trás do megaprojeto de Trump, uma bomba-relógio foi armada contra o sistema de saúde pública norte-americano. O recém-aprovado pacote fiscal conhecido como One Big Beautiful Bill representa não apenas um marco político para a atual gestão republicana, mas uma reconfiguração radical do papel do Estado em áreas sensíveis como os cortes na saúde pública dos EUA, nutrição e assistência social. O impacto será profundo, especialmente sobre imigrantes, pessoas de baixa renda e comunidades periféricas.
Com cortes bilionários no Medicaid e no SNAP, e um aumento abrupto dos investimentos em segurança de fronteira e deportações, o projeto transforma prioridades nacionais. Mas no epicentro dessa mudança, um novo protagonista ressurge com força: a telemedicina. Mais do que uma alternativa tecnológica, ela se torna uma saída necessária para milhões de pessoas que, em breve, poderão ficar completamente à margem do sistema.

1. A anatomia do colapso: os cortes na saúde pública dos EUA e o que o pacote corta
O “Big Beautiful Bill” promove um dos maiores cortes sociais da história dos EUA. Entre os principais pontos:
US$ 930 bilhões a menos no Medicaid ao longo de dez anos, por meio de exigências adicionais (como comprovação mensal de trabalho), corte de elegibilidade, redução de cobertura retroativa e restrição a procedimentos.
Redução drástica no SNAP (auxílio alimentação), estimado em mais de US$ 300 bilhões, impondo restrições a adultos sem filhos e limitando o financiamento federal a estados.
Fim de subsídios para planos da ACA (Affordable Care Act), comprometendo o acesso à saúde de milhões de americanos que não se qualificam para o Medicaid, mas não conseguem pagar planos privados.
Proibição de cobertura federal para abortos, cirurgias de afirmação de gênero e atendimentos em clínicas como a Planned Parenthood.
Exclusão de imigrantes legais do acesso ao Medicaid nos primeiros cinco anos de residência, mesmo que tenham green card.
Previsão de encerramento de reembolsos para serviços prestados via telemedicina em programas públicos, como o Medicaid.
Segundo o Congressional Budget Office, cerca de 16 a 19 milhões de pessoas perderão acesso à cobertura de saúde até 2034 caso as medidas sejam implementadas integralmente.
2. O impacto direto: comunidades vulneráveis sem assistência
Os efeitos mais imediatos recaem sobre comunidades já fragilizadas:
Crianças e adolescentes de baixa renda, especialmente negros e latinos, que dependem do Medicaid para vacinas, atendimentos preventivos e saúde mental.
Mulheres, cujos atendimentos ginecológicos e de planejamento familiar serão cortados com a retirada de verbas para clínicas especializadas.
Idosos e pessoas com deficiência, cujas necessidades de reabilitação, assistência domiciliar e transporte para consultas médicas dependem de verbas públicas.
Imigrantes documentados, que agora enfrentarão um limbo de até cinco anos sem acesso ao Medicaid ou subsídios, mesmo trabalhando legalmente.
Nos estados do sul e meio-oeste — onde a taxa de pobreza é mais alta e a dependência de programas sociais é maior — especialistas já preveem o fechamento de centenas de hospitais e clínicas rurais. Segundo estimativas da KFF (Kaiser Family Foundation), 1 em cada 3 hospitais em áreas rurais poderá encerrar atividades até 2028 se os cortes se mantiverem.

3. Telemedicina: de tendência a necessidade
A pandemia da COVID-19 provocou uma revolução na forma como pacientes e médicos interagem. A telemedicina emergiu como uma solução eficiente, prática e segura, especialmente para quem vive longe de centros urbanos ou possui limitações de mobilidade.
Dados de 2022 a 2024 mostram:
O número de consultas por vídeo cresceu mais de 600%.
83% dos usuários do Medicaid que experimentaram a teleconsulta afirmaram que esse foi o único meio de acesso a cuidados.
Pacientes com doenças crônicas relataram melhor adesão ao tratamento e menos internações.
Apesar disso, com a aprovação do novo pacote fiscal, o risco de desmonte desse modelo cresce. Muitos dos serviços viabilizados por verbas do Medicaid poderão perder financiamento — ou depender apenas de recursos estaduais, o que amplia ainda mais a desigualdade entre regiões ricas e pobres.
4. Os desafios da exclusão digital
Para que a telemedicina cumpra seu papel, é necessário garantir acesso digital. No entanto, segundo o Pew Research Center:
27% das famílias com renda inferior a US$ 30 mil/ano não têm acesso à internet banda larga.
1 em cada 4 adultos acima dos 60 anos não sabe utilizar plataformas de videoconferência médica.
Imigrantes e famílias não anglófonas enfrentam barreiras linguísticas e culturais, o que dificulta a navegação em portais de saúde pública.
Sem investimento em educação digital, tradução de plataformas e inclusão cultural, a promessa da telemedicina pode se tornar privilégio de poucos — e não solução para muitos.
5. Anglo Medicine: uma ponte entre mundos
Neste cenário desafiador, empresas como a Anglo Medicine surgem como iniciativas estratégicas para preencher lacunas. Focada no atendimento de brasileiros nos Estados Unidos, a empresa oferece acesso a profissionais de saúde que falam português, compreendem a cultura brasileira e oferecem serviços adaptados à realidade do imigrante.
Diferenciais oferecidos pela Anglo Medicine:
Consultas 100% em português, com profissionais capacitados em diversas especialidades, como clínica médica, psicologia, ginecologia, pediatria e psiquiatria.
Atendimento remoto via telemedicina, disponível 24 horas por dia, sem necessidade de sair de casa — ideal para quem não possui plano de saúde americano.
Planos acessíveis e personalizados, o Plano Premium tem mensalidade a partir de US$ 25,90 para atendimentos individuais, enquanto o Plano Super Premium, a partir de US$ 36,90 por mês, inclui benefícios ampliados — como gratuidade em mais de 30 tipos de exames laboratoriais. Há também opções familiares e empresariais, adaptadas às necessidades de cada perfil.
Acompanhamento contínuo, com prontuário digital, histórico de atendimentos e facilidade para marcação de consultas por WhatsApp ou plataforma online.
Serviços integrados, incluindo prescrição digital, orientação de exames e indicações de laboratórios parceiros.
A Anglo Medicine tem sido especialmente útil para brasileiros indocumentados ou que, mesmo com green card, enfrentam dificuldades para obter assistência médica em inglês ou não se sentem confortáveis com o sistema de saúde norte-americano. A empresa atua como um elo entre a comunidade brasileira e o acesso digno à saúde.
Além disso, com a expansão dos cortes no Medicaid e a intensificação das políticas anti-imigratórias, soluções como a da Anglo Medicine se tornam mais do que um conforto — uma necessidade vital.
6. A telemedicina como política de saúde pública
Especialistas e organizações como a American Telemedicine Association (ATA) e o Brookings Institution têm defendido que a telemedicina deve ser formalmente incorporada às políticas públicas de saúde — e não tratada como alternativa temporária.
Propostas estratégicas incluem:
Garantia federal de reembolso paritário para serviços prestados via telemedicina, especialmente em áreas rurais.
Expansão do acesso digital com programas públicos de banda larga gratuita em comunidades de baixa renda.
Criação de plataformas de saúde multilíngues, com recursos em português, espanhol, chinês e outras línguas predominantes entre imigrantes.
Incentivo fiscal para empresas que investem em telemedicina comunitária, como a Anglo Medicine.
Parcerias com ONGs e conselhos comunitários, para levar educação digital e suporte técnico a idosos e populações vulneráveis.
Sem essas medidas, a telemedicina corre o risco de se transformar em mais um símbolo da desigualdade: disponível para quem pode pagar — inacessível para quem mais precisa.
7. O futuro: entre a retração do Estado e a inovação solidária
A aprovação do pacote fiscal de Trump inaugura uma nova fase no embate entre mercado e Estado nos Estados Unidos. A retração dos investimentos sociais — especialmente na saúde — cria uma lacuna perigosa: milhões de pessoas serão excluídas de direitos básicos como atendimento médico, alimentação e prevenção de doenças.
No entanto, essa mesma crise pode impulsionar modelos inovadores, flexíveis e empáticos, como a telemedicina — e, dentro dela, projetos específicos voltados para comunidades negligenciadas. Iniciativas como a Anglo Medicine provam que é possível oferecer serviço de qualidade, culturalmente adaptado, com custos acessíveis e sem burocracia desnecessária.
O desafio que se impõe é claro: o Estado deve reconhecer que a tecnologia, por si só, não é solução sem inclusão, regulamentação e acesso garantido. Da mesma forma, a sociedade civil, o setor privado e as comunidades imigrantes devem se organizar para proteger suas redes, suas vozes e seus corpos.
Porque saúde — seja presencial ou remota — precisa continuar sendo um direito.

Referências:
One Big Beautiful Bill: análise do impacto fiscal e social – Vox
Pew Research Center – Broadband and Digital Access
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