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CRISE SILENCIOSA: os cortes na saúde pública dos EUA e o avanço inevitável da telemedicina

  • Foto do escritor: ANGLO INTERNACIONAL LTDA
    ANGLO INTERNACIONAL LTDA
  • há 2 dias
  • 6 min de leitura

Por trás do megaprojeto de Trump, uma bomba-relógio foi armada contra o sistema de saúde pública norte-americano. O recém-aprovado pacote fiscal conhecido como One Big Beautiful Bill representa não apenas um marco político para a atual gestão republicana, mas uma reconfiguração radical do papel do Estado em áreas sensíveis como os cortes na saúde pública dos EUA, nutrição e assistência social. O impacto será profundo, especialmente sobre imigrantes, pessoas de baixa renda e comunidades periféricas.


Com cortes bilionários no Medicaid e no SNAP, e um aumento abrupto dos investimentos em segurança de fronteira e deportações, o projeto transforma prioridades nacionais. Mas no epicentro dessa mudança, um novo protagonista ressurge com força: a telemedicina. Mais do que uma alternativa tecnológica, ela se torna uma saída necessária para milhões de pessoas que, em breve, poderão ficar completamente à margem do sistema.


Símbolo de força para uns, arquiteto de cortes sociais para outros: Trump defende o Big Beautiful Bill, que ameaça pilares da saúde pública nos EUA.
Símbolo de força para uns, arquiteto de cortes sociais para outros: Trump defende o Big Beautiful Bill, que ameaça pilares da saúde pública nos EUA.

1. A anatomia do colapso: os cortes na saúde pública dos EUA e o que o pacote corta

O “Big Beautiful Bill” promove um dos maiores cortes sociais da história dos EUA. Entre os principais pontos:


  • US$ 930 bilhões a menos no Medicaid ao longo de dez anos, por meio de exigências adicionais (como comprovação mensal de trabalho), corte de elegibilidade, redução de cobertura retroativa e restrição a procedimentos.

  • Redução drástica no SNAP (auxílio alimentação), estimado em mais de US$ 300 bilhões, impondo restrições a adultos sem filhos e limitando o financiamento federal a estados.

  • Fim de subsídios para planos da ACA (Affordable Care Act), comprometendo o acesso à saúde de milhões de americanos que não se qualificam para o Medicaid, mas não conseguem pagar planos privados.

  • Proibição de cobertura federal para abortos, cirurgias de afirmação de gênero e atendimentos em clínicas como a Planned Parenthood.

  • Exclusão de imigrantes legais do acesso ao Medicaid nos primeiros cinco anos de residência, mesmo que tenham green card.

  • Previsão de encerramento de reembolsos para serviços prestados via telemedicina em programas públicos, como o Medicaid.


Segundo o Congressional Budget Office, cerca de 16 a 19 milhões de pessoas perderão acesso à cobertura de saúde até 2034 caso as medidas sejam implementadas integralmente.


2. O impacto direto: comunidades vulneráveis sem assistência

Os efeitos mais imediatos recaem sobre comunidades já fragilizadas:


  • Crianças e adolescentes de baixa renda, especialmente negros e latinos, que dependem do Medicaid para vacinas, atendimentos preventivos e saúde mental.

  • Mulheres, cujos atendimentos ginecológicos e de planejamento familiar serão cortados com a retirada de verbas para clínicas especializadas.

  • Idosos e pessoas com deficiência, cujas necessidades de reabilitação, assistência domiciliar e transporte para consultas médicas dependem de verbas públicas.

  • Imigrantes documentados, que agora enfrentarão um limbo de até cinco anos sem acesso ao Medicaid ou subsídios, mesmo trabalhando legalmente.


Nos estados do sul e meio-oeste — onde a taxa de pobreza é mais alta e a dependência de programas sociais é maior — especialistas já preveem o fechamento de centenas de hospitais e clínicas rurais. Segundo estimativas da KFF (Kaiser Family Foundation), 1 em cada 3 hospitais em áreas rurais poderá encerrar atividades até 2028 se os cortes se mantiverem.


Com o colapso do sistema tradicional, a telemedicina emerge como alternativa real para garantir acesso à saúde — especialmente entre os mais vulneráveis.
Com o colapso do sistema tradicional, a telemedicina emerge como alternativa real para garantir acesso à saúde — especialmente entre os mais vulneráveis.

3. Telemedicina: de tendência a necessidade

A pandemia da COVID-19 provocou uma revolução na forma como pacientes e médicos interagem. A telemedicina emergiu como uma solução eficiente, prática e segura, especialmente para quem vive longe de centros urbanos ou possui limitações de mobilidade.


Dados de 2022 a 2024 mostram:

  • O número de consultas por vídeo cresceu mais de 600%.

  • 83% dos usuários do Medicaid que experimentaram a teleconsulta afirmaram que esse foi o único meio de acesso a cuidados.

  • Pacientes com doenças crônicas relataram melhor adesão ao tratamento e menos internações.


Apesar disso, com a aprovação do novo pacote fiscal, o risco de desmonte desse modelo cresce. Muitos dos serviços viabilizados por verbas do Medicaid poderão perder financiamento — ou depender apenas de recursos estaduais, o que amplia ainda mais a desigualdade entre regiões ricas e pobres.


4. Os desafios da exclusão digital

Para que a telemedicina cumpra seu papel, é necessário garantir acesso digital. No entanto, segundo o Pew Research Center:


  • 27% das famílias com renda inferior a US$ 30 mil/ano não têm acesso à internet banda larga.

  • 1 em cada 4 adultos acima dos 60 anos não sabe utilizar plataformas de videoconferência médica.

  • Imigrantes e famílias não anglófonas enfrentam barreiras linguísticas e culturais, o que dificulta a navegação em portais de saúde pública.


Sem investimento em educação digital, tradução de plataformas e inclusão cultural, a promessa da telemedicina pode se tornar privilégio de poucos — e não solução para muitos.


5. Anglo Medicine: uma ponte entre mundos

Neste cenário desafiador, empresas como a Anglo Medicine surgem como iniciativas estratégicas para preencher lacunas. Focada no atendimento de brasileiros nos Estados Unidos, a empresa oferece acesso a profissionais de saúde que falam português, compreendem a cultura brasileira e oferecem serviços adaptados à realidade do imigrante.


Diferenciais oferecidos pela Anglo Medicine:

  • Consultas 100% em português, com profissionais capacitados em diversas especialidades, como clínica médica, psicologia, ginecologia, pediatria e psiquiatria.

  • Atendimento remoto via telemedicina, disponível 24 horas por dia, sem necessidade de sair de casa — ideal para quem não possui plano de saúde americano.

  • Planos acessíveis e personalizados, o Plano Premium tem mensalidade a partir de US$ 25,90 para atendimentos individuais, enquanto o Plano Super Premium, a partir de US$ 36,90 por mês, inclui benefícios ampliados — como gratuidade em mais de 30 tipos de exames laboratoriais. Há também opções familiares e empresariais, adaptadas às necessidades de cada perfil.

  • Acompanhamento contínuo, com prontuário digital, histórico de atendimentos e facilidade para marcação de consultas por WhatsApp ou plataforma online.

  • Serviços integrados, incluindo prescrição digital, orientação de exames e indicações de laboratórios parceiros.


A Anglo Medicine tem sido especialmente útil para brasileiros indocumentados ou que, mesmo com green card, enfrentam dificuldades para obter assistência médica em inglês ou não se sentem confortáveis com o sistema de saúde norte-americano. A empresa atua como um elo entre a comunidade brasileira e o acesso digno à saúde.


Além disso, com a expansão dos cortes no Medicaid e a intensificação das políticas anti-imigratórias, soluções como a da Anglo Medicine se tornam mais do que um conforto — uma necessidade vital.


6. A telemedicina como política de saúde pública

Especialistas e organizações como a American Telemedicine Association (ATA) e o Brookings Institution têm defendido que a telemedicina deve ser formalmente incorporada às políticas públicas de saúde — e não tratada como alternativa temporária.


Propostas estratégicas incluem:

  • Garantia federal de reembolso paritário para serviços prestados via telemedicina, especialmente em áreas rurais.

  • Expansão do acesso digital com programas públicos de banda larga gratuita em comunidades de baixa renda.

  • Criação de plataformas de saúde multilíngues, com recursos em português, espanhol, chinês e outras línguas predominantes entre imigrantes.

  • Incentivo fiscal para empresas que investem em telemedicina comunitária, como a Anglo Medicine.

  • Parcerias com ONGs e conselhos comunitários, para levar educação digital e suporte técnico a idosos e populações vulneráveis.


Sem essas medidas, a telemedicina corre o risco de se transformar em mais um símbolo da desigualdade: disponível para quem pode pagar — inacessível para quem mais precisa.


7. O futuro: entre a retração do Estado e a inovação solidária

A aprovação do pacote fiscal de Trump inaugura uma nova fase no embate entre mercado e Estado nos Estados Unidos. A retração dos investimentos sociais — especialmente na saúde — cria uma lacuna perigosa: milhões de pessoas serão excluídas de direitos básicos como atendimento médico, alimentação e prevenção de doenças.


No entanto, essa mesma crise pode impulsionar modelos inovadores, flexíveis e empáticos, como a telemedicina — e, dentro dela, projetos específicos voltados para comunidades negligenciadas. Iniciativas como a Anglo Medicine provam que é possível oferecer serviço de qualidade, culturalmente adaptado, com custos acessíveis e sem burocracia desnecessária.


O desafio que se impõe é claro: o Estado deve reconhecer que a tecnologia, por si só, não é solução sem inclusão, regulamentação e acesso garantido. Da mesma forma, a sociedade civil, o setor privado e as comunidades imigrantes devem se organizar para proteger suas redes, suas vozes e seus corpos.

Porque saúde — seja presencial ou remota — precisa continuar sendo um direito.


Trump assina pacote que redefine prioridades nacionais: menos saúde pública, mais barreiras contra imigrantes.
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Referências:

 
 
 

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