Saudade, solidão e ansiedade: o que poucos falam sobre morar nos EUA
- ANGLO INTERNACIONAL LTDA
- há 4 dias
- 7 min de leitura
Entenda o impacto emocional da vida longe da família.
Morar nos Estados Unidos é o sonho de muita gente. Novo idioma, novas oportunidades, outro padrão de vida, fotos lindas para mandar na família… mas tem uma parte dessa história que quase ninguém posta no Instagram: Saudade, solidão e ansiedade.
💭 Morar fora pode ser libertador e assustador ao mesmo tempo. Você conquista coisas que talvez nunca tivesse no Brasil, mas, junto com isso, vem o peso de estar longe de quem você ama, em um país com outra cultura, outro jeito de viver e, muitas vezes, com pouco tempo para respirar.
😔 Aos poucos, a rotina pode trazer uma sensação de vazio: você trabalha muito, fala português cada vez menos no dia a dia, vê seus pais e amigos só pela tela do celular e começa a se perguntar: “Será que foi a escolha certa?”
Esse texto é um convite para falar com sinceridade sobre o impacto emocional de viver longe da família. Não é para te desanimar — é para te acolher, te fazer se sentir menos sozinho(a) e te mostrar caminhos para cuidar da sua saúde mental e emocional morando nos EUA.
Saudade, solidão e ansiedade: por que quase ninguém fala disso?
🧠 Quando o assunto é morar nos EUA, a maior parte das conversas gira em torno de documentos, trabalho, escola dos filhos, aluguel, seguro de saúde… Mas Saudade, solidão e ansiedade quase sempre aparecem só nas conversas mais íntimas, quando a voz já está embargada do outro lado da chamada de vídeo.
Parte disso acontece porque existe uma pressão silenciosa:
“Você está nos Estados Unidos, não pode reclamar.”
“Tem gente que queria estar no seu lugar.”
“Agora aguenta firme, você quis isso.”
😶 Resultado: muita gente vai engolindo o choro, minimizando o que sente e tentando ser forte o tempo todo. Só que saúde emocional não funciona assim. Quanto mais você esconde e empurra para baixo do tapete, mais esses sentimentos se acumulam — e podem virar sintomas físicos e emocionais, como cansaço extremo, insônia, irritação, dificuldade de concentração e crises de ansiedade.
Falar sobre isso não é sinal de fraqueza. Pelo contrário: é sinal de coragem.
O choque emocional de chegar nos EUA
No começo, tudo é novidade:
O mercado diferente
O inglês na rua o tempo todo
As placas, os cheques, o banco
A neve (para quem nunca viu) ou o calor extremo, dependendo do estado
🇺🇸 Além do choque cultural, existe o choque emocional: você percebe que não está mais perto da rede de apoio que tinha no Brasil. Não é mais tão simples pedir ajuda para um vizinho, deixar o filho com a avó ou bater na casa de um amigo de infância para desabafar.
🌎 De repente, você está em outro país, com responsabilidades de adulto, contas em dólar e, muitas vezes, com um inglês que ainda está em construção. É muita coisa ao mesmo tempo.
Esse acúmulo de mudanças pode ser empolgante, mas também extremamente desgastante. É normal se sentir perdido(a) no início — e, às vezes, por bastante tempo.

Diferenças culturais: quando você sente que não pertence a lugar nenhum
👀 Um dos sentimentos mais comuns de quem mora fora é a sensação de não pertencer completamente a lugar nenhum. No Brasil, você não está mais tão presente na rotina da família. Nos EUA, por mais adaptado(a) que esteja, sempre existe algo que te lembra que você é de fora.
Algumas situações que pesam no emocional:
Não entender piadas ou expressões no trabalho
Se sentir inseguro(a) ao falar inglês, com medo de ser julgado
Ter dificuldade em criar amizades profundas com americanos
Sentir que sua história, seu jeito de ser, sua comida, sua música são “diferentes demais”
🎧 Nessa tentativa de se adaptar, muitos brasileiros começam a ir se “apagando”: deixam de ouvir música brasileira, evitam falar português em público, tentam esconder o sotaque. Isso pode até parecer uma forma de facilitar a vida, mas às vezes também é uma forma silenciosa de se desconectar de quem você é.
E quando a gente se desconecta da própria identidade, é fácil sentir solidão mesmo estando cercado de gente.
Trabalho, dinheiro e pressão: o peso invisível do dia a dia
💼 A vida nos EUA costuma ser bem puxada. Muitos brasileiros trabalham em mais de um emprego, fazem bicos, trabalham à noite, em finais de semana e têm pouco tempo para descanso.
Essa rotina intensa traz algumas consequências emocionais:
Pouco tempo para lazer e autocuidado
Cansaço constante, que vai drenando o ânimo
Culpa por não estar tão presente na vida dos filhos ou da família no Brasil
Medo de ficar doente (principalmente sem seguro de saúde adequado)
💸 Além disso, existe a pressão financeira: pagar aluguel, carro, escola, enviar dinheiro para o Brasil… Tudo isso, em dólar, deixa qualquer um com o coração apertado. E, quando o dinheiro aperta, a ansiedade costuma vir junto.
Essa soma de fatores cria um terreno perfeito para que saudade, solidão e ansiedade se intensifiquem.
Quando a saudade vira solidão e a solidão vira ansiedade
No começo, a saudade pode até ser “gostosa”: você lembra de um almoço em família, de um churrasco de domingo, de uma praia, de um aniversário. Com o tempo, se essas memórias não vêm acompanhadas de novas experiências de conexão no presente, a saudade vai ganhando outro tom.
😢 A saudade começa a doer mais quando:
Você sente que está perdendo momentos importantes da família
Não pode estar presente em aniversários, nascimentos, casamentos ou despedidas
Perde alguém querido e não consegue voltar para o Brasil
Se percebe mais sozinho(a) no fim do dia, depois de tanta correria
Se, além disso, você não tem com quem conversar de forma profunda, em português, sobre o que sente, a solidão vai crescendo. E a solidão prolongada é um fator que aumenta muito o risco de ansiedade e depressão.
⚠️ A ansiedade pode aparecer de várias formas:
Coração acelerado sem motivo aparente
Pensamentos negativos constantes
Medo do futuro
Sensação de que “não vai dar conta”
Dificuldade para dormir ou sono agitado
Nada disso significa que você é fraco(a) ou que não está “aproveitando a oportunidade” como deveria. Significa apenas que você é humano.
Sinais de que está na hora de pedir ajuda
Nem sempre é fácil perceber o momento de procurar ajuda profissional. Muitas pessoas se acostumam a viver no limite, achando que é “só uma fase”.
Aqui vão alguns sinais de alerta para você prestar atenção:
Você chora com frequência e sente que não tem a quem recorrer
A vontade de se isolar está cada vez maior
Atividades que antes te davam prazer agora parecem sem graça
Você sente um aperto no peito ou uma angústia que não passa
Seu sono está desregulado há semanas (insônia ou sono excessivo)
Você está mais irritado(a) do que o normal, explodindo por coisas pequenas
A ideia de ir trabalhar ou sair de casa parece pesada demais
🩺 Se você se identificou com vários desses pontos, esse pode ser um bom momento para buscar ajuda de um profissional de saúde — seja um médico, psiquiatra ou psicólogo. Cuidar da mente faz parte de cuidar do corpo.
O que você pode fazer no dia a dia para se cuidar
Além da ajuda profissional, algumas atitudes simples no dia a dia podem aliviar essa carga emocional. Não são soluções mágicas, mas são pequenas âncoras que ajudam a atravessar os momentos difíceis.
1. Manter laços com o Brasil — sem se culpar
📱 Faça chamadas de vídeo, envie áudios, fotos, compartilhe o dia a dia com quem você ama. Isso não significa que você está “preso(a) ao passado”, e sim que está nutrindo a sua história.
Ao mesmo tempo, tente não transformar cada conversa em um festival de culpa do tipo “eu devia estar aí” ou “estou falhando aqui”. Você está fazendo o melhor que pode com o que tem hoje.
2. Criar uma nova rede de apoio onde você está
🤝 Busque grupos de brasileiros na sua cidade, participe de eventos, grupos de igreja, encontros em parques, aulas, cursos. Nem todo mundo vai virar seu melhor amigo, mas, com o tempo, você encontra pessoas com quem dá para contar.
Ter alguém para tomar um café, desabafar ou apenas rir já faz muita diferença.
3. Cuidar minimamente da sua rotina
🕒 Com o ritmo de trabalho nos EUA, pode ser difícil encaixar autocuidado, mas vale tentar pequenas coisas:
Comer melhor dentro da sua realidade
Beber água com frequência
Tentar dormir em horários mais regulares
Fazer uma caminhada, nem que seja curta
Ter um momento do dia só seu (ler, ouvir música, ver uma série em paz)
Esse cuidado básico é a base para que o emocional também tenha espaço para respirar.
4. Resgatar coisas que te conectam à sua identidade
🎶 Ouça música brasileira, faça uma receita que lembra sua infância, assista a um filme nacional, fale português com alguém.
Isso ajuda o cérebro a lembrar que, mesmo vivendo em outro país, você continua sendo você. Você não deixou de ser brasileiro(a); você apenas mudou de CEP.
5. Falar abertamente sobre o que sente
🗣️ Quando possível, seja sincero(a) com pessoas de confiança: “Não está sendo fácil”, “Estou mais ansioso(a)”, “Tenho sentido muita saudade”.
Colocar em palavras o que está dentro ajuda a aliviar o peso. Você não precisa ser o “forte” o tempo todo.

Como a Anglo Medicine pode ajudar brasileiros nos EUA
Uma das grandes dificuldades de quem mora nos Estados Unidos é encontrar profissionais de saúde que falem português, entendam a cultura brasileira e, ao mesmo tempo, conheçam a realidade de viver fora.
👩⚕️ A Anglo Medicine nasceu justamente para aproximar brasileiros do cuidado em saúde, mesmo morando fora do país. Através da telemedicina, você pode:
Conversar com médicos brasileiros em português
Falar abertamente sobre seus sintomas físicos e emocionais
Tirar dúvidas sobre medicamentos, exames e tratamentos
Receber orientações sobre quando procurar atendimento presencial
Ser acolhido(a) por alguém que entende a realidade de imigrante
💚 Cuidar da saúde mental não é luxo, não é frescura e não é “coisa de quem tem tempo sobrando”. É parte essencial de viver bem — especialmente quando se está longe da família, em outro país, lidando com tantas responsabilidades ao mesmo tempo.
Você não está sozinho(a)
🌟 Se você chegou até aqui, talvez tenha se reconhecido em várias partes desse texto. Talvez esteja lendo em um intervalo do trabalho, no ônibus, no quarto depois que todo mundo dormiu ou no sofá da sala, olhando para a neve lá fora ou para o calor da Flórida pela janela.
Independente de onde você esteja, uma coisa é importante de lembrar:
Você não é o único(a) brasileiro(a) nos EUA sentindo tudo isso.
Você não é fraco(a) por sentir saudade, solidão ou ansiedade.
Você não precisa enfrentar tudo isso em silêncio.
💬 Buscar ajuda, falar sobre o que sente, organizar minimamente sua rotina e se permitir ser humano são passos importantes para viver essa experiência de morar fora com mais leveza, sem perder de vista quem você é e de onde você veio.
Se em algum momento você sentir que está pesado demais, lembre-se: existe suporte, existe cuidado e existe caminho. E, mesmo longe, sempre há uma forma de se sentir um pouco mais perto — de si mesmo(a), da sua história e de quem você ama.

